Pensemos nisso agora. Amanhã poderá ser tarde…
O Diário - 9 de setembro de 2025

Rosa Carneiro é empresária, escritora e integrante da Academia Barretense de Cultura
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Tem se tornado comum utilizar a Bandeira Nacional em momentos de comoção, de torcida por jogos mundiais ou lutas partidárias. Faz-se, então, do símbolo da Pátria um verdadeiro escudo, chegando-se inclusive a enrolá-la no próprio corpo, como se fosse uma vestimenta. Agitam-se o verde e o amarelo em dias de euforia ou de profunda tristeza. Apesar de tais manifestações explosivas, o que se verifica, no dia a dia, é um grande desamor ao Solo Pátrio. Não é raro se ouvir afirmações pejorativas sobre o País, e as palavras: subdesenvolvido, terra de ignorantes, país de terceiro mundo e de gente corrupta. Fazem-se referências aos problemas do País, comparando-o com o velho mundo e sua cultura.
Precisamos não esquecer de que o Brasil é ainda um adolescente, com pouco mais de 500 anos. O velho mundo conta com milênios de experiência. Natural que o adolescente, pela própria fase de autoafirmação, apresente turbulências e desacertos. Mas como todo adolescente necessita de ajuda, atenção para se desenvolver, o Brasil precisa de brasileiros patrióticos engajados no amor à Pátria para torná-lo adulto e integro. E é aí que entramos...
Precisamos é assumir a verdadeira postura patriótica, que não significa simplesmente encher a boca e falar: Sou brasileiro, quando o País se encontre às vésperas de disputar campeonatos internacionais ou se destaca em algum outro campo. Importante é que tomemos consciência de que o Brasil, nossa Terra Natal, somente se construirá a partir das consciências individuais integras, esclarecidas e operantes. Não podemos almejar que a corrupção desapareça do meio público se, não fazemos nada para que isso aconteça! Quem pode, em sã consciência, afirmar que trabalha pelo bem da comunidade brasileira? Que temos feito para melhorar o padrão cultural do povo? Temos nos empenhado em alfabetizar um adulto? Temos nos oferecido para apadrinhar uma criança, permitindo-lhe o livre acesso à escola para que a instrua? Temos tirado algumas horas semanais para ajudar num hospital, asilo ou creche? Temos nos oferecido como voluntários para aprimorar o padrão de urbanismo em nosso bairro? Colocamos o lixo bem acondicionado em sacos, para evitar a exalação do mau cheiro, tanto quanto facilitado a tarefa dos nossos conterrâneos garis? Temos respeitado as leis ou ainda somos discípulos da doutrina do jeitinho brasileiro? O País é sempre o retrato dos que o compõem. Feliz ou infeliz, nobre ou vil, ele é a soma dos indivíduos que vivem e se nutrem dele.
Honrados com a chance de habitar um País tropical, Coração do mundo e Pátria de Deus, cabe-nos o dever inadiável de realizar o melhor, por mínima parcela de gratidão que seja. Quando assim procedermos teremos aprendido a lição do amor à Pátria, a terra em que nascemos ou que nos adotou. Nesse dia, sem medo, nos será permitido cantar com o compositor popular: Meu coração é verde, amarelo, branco, azul-anil...
Pensemos nisso agora. Amanhã poderá ser tarde...