Pintor que teve mão mutilada por artefato fala pela primeira vez após incidente
Roberto José - 15 de maio de 2025

A vítima Ronaldo Luis de Oliveira com ferimento na mão Foto – Tininho Júnior
Compartilhar
A cidade de Barretos registrou no dia 29 de abril, por volta das 9h30 da manhã, um caso de explosão de uma bomba de efeito moral, em uma residência que estava sendo pintada a pedido do locatário para ser devolvida à imobiliária na rua Uberlândia nº 315, no bairro Ibirapuera. Com a explosão do artefato de comercialização restrita as forças de segurança, o pintor Ronaldo Luis de Oliveira, 53 anos, que executava a limpeza do imóvel acabou tendo a mão esquerda atingida, o que lhe causou a perda da ponta dos cinco dedos e ainda quatro fraturas que foram necessárias cirurgias e implantação de pinos. “Pintei toda a casa e ele aprovou o serviço, e pediu para levar um fogão na casa dele e mandou descartar todo o restante do material que estava no imóvel no Ecoponto. Quando terminei o serviço, tinha uma latinha lá, parecendo uma lata de spray. Pensei, algum menino vai achar isso aqui e vai pichar o portão que acabei de pintar. Eu destravei, começou a vazar um gás, saiu uma fumaça, quando joguei explodiu, vindo amputar todos as pontas dos meus cinco dedos da mão esquerda, além de ter perdido um pouco da audição do lado esquerdo”, disse o pintor Ronaldo, que atua há 30 anos no ramo de pintura.
Como é trabalhador autônomo, depende do trabalho para levar o sustento para a família, inclusive para custear as despesas da casa, e dos filhos, entre elas, uma filha de 24 anos que estuda Medicina no Paraguai e do adolescente de 13 anos que estuda no Sesi em Barretos. “A minha vida estava tudo bem, com as contas pagas e a gente trabalha para viver. E agora sem renda nenhuma, dependo do salário da minha esposa que é deficiente visual. Está bem difícil”, afirmou Ronaldo, alegando não ter recebido nenhum respaldo financeiro do locatário do imóvel.
OUTRO LADO
O contratante do serviço, Ricardo Cardoso de Barros, foi procurado pela equipe do Jornal O Diário e Rádio Independente, e não quis fazer nenhuma declaração sobre os fatos, estando o espaço a aberto para sua entrevista a qualquer momento. “Minha versão é a que apresentei à polícia, com base no que consta no boletim de ocorrência no dia do fato”, afirmou em resposta a nossa equipe.
POLÍCIA
O delegado da CPJ (Central de Polícia Judiciária), Dr. Gustavo Coelho, que está respondendo pelo Inquérito Policial durante as férias do delegado Marcelo Gambi Alves, disse que as duas partes envolvidas no incidente já foram ouvidas. “Agora buscamos saber as circunstâncias desse artefato estar no interior da casa de um particular, visto que sua comercialização é restrita as forças de segurança. A priori identificamos que seria uma bomba de luz e som, ou também chamada de efeito moral”, explicou o delegado. As investigações prosseguem e proprietário do artefato, poderá ser enquadrado no crime de posse de arma de fogo e acessório, previsto na lei 10826/03.