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Polícia Civil prende suspeita do homicídio em que corpo foi encontrado dentro de porta-malas

luis.nascimento - 16 de abril de 2025

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Ex-companheira da vítima foi presa no início da manhã no Guarujá

A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (DISE) de Barretos, com apoio da Delegacia de Olímpia e da Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) do DEINTER-6 de Santos, prendeu na manhã de quarta-feira (16), no Guarujá, litoral de São Paulo, uma mulher de 45 anos, principal suspeita do homicídio de Cícero Ferreira da Silva, de 42 anos, ocorrido no ano de 2023, em Barretos.

O mandado de prisão temporária, foi cumprido na comunidade da Maré Mansa, após intenso trabalho investigativo, coordenado pelo delegado Rafael Faria Domingos que se estendeu por dois anos e envolveu o uso de diversos recursos tecnológicos avançados. A presa, ex-companheira da vítima, ainda é suspeita de ser líder de uma organização criminosa que atua dentro e fora dos presídios. “Essa mulher é ex-companheira da vítima e teria assassinado a vítima em razão de desavenças comerciais, desavenças financeiras, mas também consta conforme a investigação apontou que essa mulher faz parte de uma organização criminosa que age em todo o Brasil”, informou o delegado Rafael.

 O CRIME

O corpo de Cícero Ferreira da Silva foi encontrado no dia 28 de março de 2023, no porta-malas de um veículo Chevrolet Onix, estacionado na Rua SF-6, entre as Avenidas SF-1 e SF-3, no bairro São Francisco. A vítima apresentava sinais evidentes de tortura, com as mãos e pés amarrados com "enforca gato", sacolas plásticas cobrindo a cabeça e o rosto, além de ferimentos provocados por arma branca na região do pescoço e da face.

A descoberta foi feita por policiais militares que realizavam patrulhamento de rotina na região e foram alertados sobre a presença do veículo abandonado. O automóvel foi encontrado por volta das 16h30, quando as equipes foram verificar denúncias de moradores sobre um carro suspeito estacionado há mais de 24 horas no local.

HISTÓRICO DE VIOLÊNCIA

As investigações revelaram que, oito meses antes do homicídio, em julho de 2022, Cícero já havia sido vítima de uma tentativa de homicídio em sua própria residência, no bairro San Diego, em Barretos. Na ocasião, ele foi encontrado desacordado após sofrer um ataque a facadas, tendo sido socorrido com vida pelo SAMU à Santa Casa local.

Durante esse primeiro episódio, sua então companheira relatou às autoridades que havia sido rendida por um indivíduo não identificado, que a trancou junto com suas filhas em um quarto da residência enquanto atacava Cícero. Esse evento já sinalizava para as autoridades um padrão de violência direcionado à vítima.

Na época, o filho da mulher chegou a ser investigado e preso pela tentativa de homicídio.

INVESTIGAÇÃO COMPLEXA

Segundo o delegado Rafael, as investigações foram extremamente complexas e demandaram o uso de diversos recursos tecnológicos avançados, os quais possibilitaram identificar a participação da mulher no crime.

"As equipes trabalharam de forma incansável durante esses dois anos, coletando evidências, ouvindo testemunhas e realizando diligências em diversas cidades do estado de São Paulo. O trabalho integrado entre as unidades da Polícia Civil foi fundamental para o sucesso da operação", explicou o delegado Rafael Faria Domingos.

TRIBUNAL DO CRIME

De acordo com as investigações, o homicídio teria sido ordenado por meio de um "tribunal do crime", prática adotada pela organização criminosa à qual a suspeita supostamente pertence. Nestes "tribunais", membros da facção determinam punições a pessoas que supostamente violaram códigos impostos pelo grupo.

"A execução de Cícero Ferreira seguiu o padrão característico de homicídios ordenados por esse tipo de estrutura criminosa, com requintes de crueldade e uma clara mensagem intimidatória”, afirmou o delegado.

OPERAÇÃO NO LITORAL

A captura da suspeita foi realizada após um minucioso trabalho de inteligência policial, que identificou seu paradeiro em uma comunidade do Guarujá. A operação contou com o apoio de equipes especializadas da DEIC de Santos (DEINTER-6), que conhecem bem a geografia e a dinâmica criminal da região.

Para efetuar a prisão, os policiais realizaram um monitoramento discreto por vários dias, mapeando a rotina da suspeita e identificando o momento ideal para a abordagem, minimizando riscos à população local. A suspeita não ofereceu resistência no momento da prisão e foi conduzida à delegacia para os procedimentos de praxe. Ela será transferida para uma unidade prisional feminina, onde permanecerá à disposição da Justiça.

CONTINUIDADE DAS INVESTIGAÇÕES

O delegado Rafael confirmou a continuidade das investigações, para identificar outros possíveis envolvidos no crime. “As investigações agora prosseguem, ela permanece presa pelo menos por 30 dias, possivelmente vamos representar pela sua prisão preventiva. E agora as investigações prosseguem para apurar o envolvimento de outras pessoas com esse fato”, confirmou.

Prisão da suspeita no Guarujá na manhã de quarta-feira

Corpo da vítima foi encontrado dentro de um porta-malas de um carro bairro São Francisco