Por que infartos são mais fulminantes em jovens?
O Diário - 4 de dezembro de 2025
Lorena Molina Sequeira Dias, estudante do 4º período do curso de Medicina da FACISB, orientada pelo prof. Lucas Tadeu Bidinotto.
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Popularmente, os infartos são mais associados a idosos ou a adultos com doenças preexistentes. No entanto, observa-se que, ultimamente, eles estão cada vez mais recorrentes em pessoas jovens. Isso se deve a uma combinação de fatores, como maus hábitos alimentares, sedentarismo, uso de drogas e álcool, predisposições genéticas e outros problemas de saúde.
Muitas vezes, os sintomas não são reconhecidos pelo profissional da saúde, pois a possibilidade de um ataque cardíaco precoce é frequentemente descartada. É crucial identificar esses sinais e iniciar o tratamento o mais rápido possível, já que os infartos em jovens costumam ser mais graves, resultando em sequelas piores e maior mortalidade. E por que isso acontece?
No decorrer da vida, pequenos vasos sanguíneos secundários surgem no coração para compensar biologicamente as obstruções progressivas das artérias por placas de gordura (aterosclerose). Esses vasos formam a chamada “circulação colateral”. Contudo, os jovens ainda não possuem uma circulação colateral desenvolvida o suficiente para suportar o bloqueio do fluxo sanguíneo que uma artéria entupida pode causar. Isso leva à falta de oxigênio e à morte de parte do músculo do coração.
Por isso, é fundamental que a população jovem se atente aos possíveis sinais de infarto, pois a “dor no peito que irradia para o braço”, sintoma mais conhecido, nem sempre está presente. Outros sinais incluem: suor excessivo, enjoo, dores no estômago, aperto no peito, falta de ar, cansaço intenso e ansiedade súbita. Caso esses sintomas apareçam, é de extrema importância que o paciente procure o sistema de saúde o quanto antes para obter um diagnóstico correto e rápido.



