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Por que?

O Diário - 1 de julho de 2025

Por que?

PROFª ESP. KARLA ARMANI MEDEIROS, historiadora, professora de História e titular da cadeira 7 da ABC – www.karlaarmani.blogspot.com / @profkarlaarmani

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Quando começo a falar sobre a história da cidade para qualquer pessoa, seja barretense ou não, é unânime o interesse. Entre os mais velhos, o assunto parece ser mais acolhedor, porém, até mesmo entre os jovens a história da cidade é abraçada.

Em todos esses anos estudando Barretos, parece-me que o assunto mais atraente são os patrimônios históricos. Quando lanço o olhar a um certo tipo de arquitetura ou conto sobre qual personalidade residiu em determinada casa, as pessoas mostram-se curiosas e querem saber mais. Sei disso pois tenho o costumo de postar em redes sociais fotografias aleatórias de patrimônios e a reação positiva das pessoas é imediata. Isso acontece não por mera curiosidade, mas pelo sentimento de pertencimento.

Uma janela de treliças amadeiradas ou uma porta com detalhes ornamentados em ferro chamam tanto a atenção quanto à monumentalidade da catedral ou da roseta do Parque do Peão. O barretense gosta dos detalhes porque os viu desde pequenos, enxerga neles o próprio passado. Subir a rua 18 e enxergar o frontispício da estação ferroviária é acolhedor, da mesma maneira que ouvir o barulho do córrego São Sebastião em uma de suas pontes no bairro central. Admirar o relógio da torre da catedral, a tribuna de honra do Recinto, as águias do prédio do museu, a cruz da praça São Sebastião, as enormes copas das árvores da praça Conselheiro Antônio Prado, o colorido do Marco Histórico e tantos outros lugares é prática de qualquer barretense sensível à sua história.

Sabendo disso, fico a me perguntar: por que os patrimônios históricos de Barretos continuam sendo demolidos, dando lugares a vazios estacionamentos? Quem os derruba são barretenses ou pessoas ligadas à nossa história? Por que os nossos belos prédios continuam sendo tapados por letreiros tão deselegantes no centro da cidade? Por que não há união de técnicos, políticos, empresários e da sociedade para preservar a beleza de seus prédios históricos e fazer dessa história matéria-prima para o fomento da educação, cultura e turismo? Não estou aqui para dar respostas, quero oferecer reflexão. E ação.

Os prédios históricos pedem socorro. Eles precisam de você, que me lê e que tanto se interessa pela história bem contada, bem vivida e bem preservada. Você os ouve?