Quando escrever se torna um prazer
O Diário - 15 de agosto de 2025

Aparecido Cipriano – uma amante da boa Língua Portuguesa. Policial Militar aposentado, Diretor de Escola
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Escrever uma crônica é como sentar-se numa praça e observar o mundo: é preciso enxergar além do que está na frente dos olhos. O primeiro passo é conhecer bem o tema. Leia, pesquise, escute histórias, aproprie-se de tudo que possa enriquecer suas palavras. Quem escreve sem base corre o risco de construir castelos de areia que se desfazem com a primeira maré de dúvidas.
Depois, de posse do conhecimento sobre o assunto, permita-se deixar a mente fluir. Escreva sem medo, como quem rabisca num caderno secreto. Lembre-se de que, no começo, só você está lendo. É nesse momento que as melhores ideias surgem, livres, sem amarras, prontas para ganhar corpo.
Cuidado com os atalhos fáceis: evite chavões e gírias. A crônica pede originalidade, frescor e um toque de criatividade que transforme o óbvio em surpresa. Pense também em quem vai receber o texto. A linguagem deve ser escolhida com cuidado, como quem seleciona as palavras certas para uma boa conversa com amigos que se quer encantar.
Para não cair na repetição, varie seu vocabulário. Use hiperônimos e hipônimos como quem abre uma caixa de cores para pintar a mesma cena de formas diferentes. Assim, a escrita ganha riqueza e evita o tom monótono que faz o leitor se perder no caminho.
Por fim, revise. Leia e releia. Reformule, se necessário. A revisão é como aparar as arestas de uma escultura, deixando-a mais nítida e bela. Escrever é um exercício de paciência, mas também de prazer. No fim, quando o texto estiver pronto, ele não será apenas um amontoado de frases, mas um convite para que alguém, em algum lugar, pare por alguns minutos para enxergar o mundo por meio dos seus olhos.