Quando timidez parece arrogância
O Diário - 12 de julho de 2025

Luciana Gomes Jornalista e mentora de comunicação e oratória
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Timidez não é defeito, é traço de personalidade. Pessoas tímidas costumam ser mais reflexivas, observadoras, cautelosas. Pensam muito antes de agir, e quase sempre antes de falar. E tudo bem, isso não precisa ser curado, mas precisa ser entendido.
O problema começa quando a timidez vira barreira. Quando começa a impedir que a pessoa se mostre, se posicione, aproveite uma boa oportunidade, faça uma pergunta importante ou aceite um convite que poderia transformar alguma coisa em sua vida para melhor. Aí não é mais apenas um traço: é uma trava.
E o mais injusto disso tudo é que, do lado de fora, quem observa, muitas vezes não enxerga timidez, enxerga distanciamento, falta de interesse, até arrogância.
E sabe o que é ainda mais cruel? Que o medo de se expor por receio do julgamento não impede o julgamento de acontecer. Ele vem de qualquer jeito, você falando ou se calando. E, quando vem pelo silêncio, ele costuma ser ainda mais distorcido.
O tímido não quer parecer nada disso. Mas, sem querer, pode acabar sendo lido assim. Porque quem não se apresenta, se ausenta, e quem se ausenta deixa espaço para qualquer interpretação.
É por isso que vale, sim, enfrentar a timidez quando ela começa a limitar a vida. Não se trata de deixar de ser quem você é, mas de escolher, conscientemente, até onde essa característica vai te acompanhar, e até quando ela só vai te atrapalhar.
Tem hora que vale entrar na roda, puxar assunto, dar a sua opinião. Nem sempre vai ser confortável. Mas quase sempre vai ser necessário e valer a pena.
Porque a sua presença precisa ser percebida por quem está ao redor… e por você! #vaiefala