Ao longo da vida, enfrentamos situações inesperadas, geradoras de intensa angústia. Se por um excesso, essas angústias não podem ser digeridas elas transbordam para o corpo, que adoece. As doenças psicossomáticas podem ser consideradas uma modalidade de descarga de angústia que não podem ser pensadas e ligam experiências traumáticas sofridas pelo individuo. Essas vivências podem ser localizadas e nomeadas, para então serem pensadas, ao invés de serem canalizadas sobre o corpo.

A revolução da Psicanálise criada por Freud foi colocar o fenômeno inconsciente como central na vida mental. Em sua investigação, aponta que o inconsciente é constituído por uma trama ideativa que conta a história de investimentos libidinais. Freud introduz a palavra libido, fazendo referencia aquilo que designa a necessidade sexual. Cria-se a descoberta que o corpo é definido não no plano biológico, mas a partir da sua organização pulsional, que ultrapassa o corpo como organismo. Nesse sentido, a pulsão tornou-se um conceito chave para tratar o problema mente/corpo.  Então caminhamos para refletir sobre a noção de corpo.

A experiência analítica mostra que tais vivências de angustia em excesso podem conduzir o individuo a sentir estranho a si próprio, subjulgado por um excesso que não domina. Importante então saber que assim, não dispondo de recursos simbólicos para tratar a questão em si, vai em busca de diversos tratamentos que por vezes dá mais sentido ao sofrimento ocasionando maiores problemas. Concluímos que o corpo vivo tem suas inúmeras facetas que não dá apenas para localizá-lo no sentido concreto. Então vale mais ainda a pergunta: Que corpo é esse?