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 Queimadas e saúde respiratória: riscos associados e medidas preventivas

O Diário - 18 de novembro de 2025

 Queimadas e saúde respiratória: riscos associados e medidas preventivas

Débora Mazzochi Banck, estudante do 4º período do curso de medicina da FACISB, orientada pela profª Celina Antonio Prata

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Nos últimos anos, tem-se observado um aumento expressivo no número de queimadas em diversas regiões do Brasil, realidade que também impacta de forma significativa o município de Barretos que possui características climáticas favoráveis a incêndios, principalmente nos períodos de seca que ocorrem no segundo semestre do ano, quando há aumento dos ventos. Além dos danos ambientais, as queimadas trazem sérias consequências à saúde da população. Entre os agravos mais relevantes, é possível destacar as doenças respiratórias, pois a inalação de gases tóxicos decorrente da combustão da vegetação pode desencadear ou agravar quadros clínicos como: asma, bronquite, rinite alérgica e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). 

A inalação de pequenas quantidades de fumaça provoca, inicialmente, irritação das vias respiratórias superiores, se manifestando como um desconforto na garganta, olhos e narinas. Porém, a exposição prolongada ou a grandes quantidades permite que partículas finas atinjam os alvéolos, prejudicando as trocas gasosas e dificultando a chegada de oxigênio aos tecidos. Nessa fase mais avançada, os sintomas podem evoluir para náuseas, confusão mental, sonolência, dores de cabeça, alguns tipos de câncer como de pulmão e leucemia, refletindo o impacto sistêmico da intoxicação respiratória. 

Considerando os efeitos nocivos da fumaça sobre a saúde respiratória, a prevenção assume papel fundamental. Recomenda-se manter uma boa hidratação, evitar atividades físicas ao ar livre, manter janelas e portas fechadas e, sempre que possível, permanecer em ambientes fechados e climatizados. O uso de máscaras do tipo N95, PFF2 ou P100 também é indicado em situações de necessidade de saída de casa, pois ajudam a reduzir a inalação de partículas nocivas. Deve ser dada uma atenção especial aos grupos mais vulneráveis, como crianças de até cinco anos, idosos, gestantes e pessoas com doenças respiratórias e cardiovasculares pré-existentes, que apresentam maior risco de complicações.