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Quem compra drogas financia o crime

O Diário - 6 de setembro de 2025

Quem compra drogas financia o crime

Esther Sewastjanow Santos, Major da Polícia Militar

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Muitas vezes a sociedade enxerga o tráfico de drogas apenas pela ótica do criminoso que vende, mas é preciso compreender que quem sustenta essa engrenagem é o usuário. Cada pessoa que compra uma porção de droga, seja em pequena ou grande quantidade, está financiando organizações criminosas, alimentando um mercado que gera violência, mortes, desestrutura famílias e coloca em risco a vida de inocentes. O consumo não pode ser visto como um ato isolado, pois sem a demanda, a oferta não existiria, e cada usuário é, na verdade, uma peça ativa na engrenagem que mantém o tráfico funcionando.

A Polícia Militar atua diariamente para combater o tráfico, utilizando inteligência, tecnologia e presença ostensiva, mas é fundamental reconhecer que a raiz do problema está também no comportamento da sociedade. O usuário não é apenas “vítima”, mas parte ativa no fortalecimento dessa rede criminosa. É o dinheiro gasto na droga que financia armas, sustenta facções e provoca tragédias que se refletem nas comunidades, nos bairros e em toda a coletividade.

O 33º Batalhão de Polícia Militar do Interior, somente no mês de agosto, apreendeu e retirou das ruas mais de 110 quilos de entorpecentes de diversos tipos. Esse resultado mostra a força, dedicação e compromisso da Polícia Militar em proteger a população. Porém, é necessário reforçar: apenas a atuação policial não será suficiente se a sociedade continuar a alimentar o tráfico através do consumo.

É urgente a reflexão: até quando vamos aceitar que a compra de drogas financie a morte de jovens, a violência nas ruas e o sofrimento de famílias inteiras? A população tem papel fundamental não só na denúncia anônima que ajuda a PM a agir com rapidez, mas também na escolha consciente de não consumir drogas. Cada ação conta, cada decisão impacta, e todos somos responsáveis por enfraquecer a engrenagem do tráfico.

Combater o tráfico é dever do Estado, mas cortar o consumo é responsabilidade de cada cidadão. Só assim será possível enfraquecer o crime e construir uma sociedade mais segura, justa e saudável para todos.