Por Seminarista Matheus Flávio, 4º ano da configuração (Teologia) 

Hoje celebramos a festa dos Santos Apóstolos Filipe e Tiago Menor. Filipe é de origem hebraica, mas com nome grego, mostrando assim uma abertura cultural para época. O que sabemos sobre esse apóstolo está no início do Evangelho de João (1,43-51), quando Filipe é chamado por Jesus (“segue-me) e imediatamente anuncia Jesus a Natanael. Tiago Menor é de Nazaré, conterrâneo de Jesus, sendo identificado como filho de Alfeu. Foi o primeiro bispo de Jerusalém e é considerado o autor da carta que leva seu nome, conhecida pelo versículo “a fé sem obras é morta” (Tg 2,17). Celebrando a vida desses dois homens que foram chamados pessoalmente por Jesus para serem Apóstolos, nós podemos refletir um pouco sobre o papel desses homens para a nossa fé. Para isso, é preciso destacar que os Apóstolos “são o sinal mais evidente da vontade de Jesus em relação à existência e à missão da sua Igreja, a garantia de que entre Cristo e a Igreja não existe contraposição alguma: são inseparáveis, não obstante os pecados dos homens que pertencem à Igreja” (Papa Bento XVI). Desse modo, nossa reflexão pode ser feita sobre três pontos, os apóstolos são sinais, os apóstolos são garantia e os apóstolos são homens. O sinal tem a função indicar, apontar e desse modo os apóstolos são sinais, pois através dos seus testemunhos, eles indicam onde estão as verdades da nossa fé. Eles não são sinais instantâneos, mas sinais perenes ao longo da história da Igreja, fazendo sempre a fé brilhar em meio as trevas do mundo conturbado. A indicação apostólica não é aleatória, mas uma indicação autêntica confirmada pelo próprio Cristo, portanto os apóstolos são aqueles que garantem a nossa fé. Essa garantia é afirmada através da Igreja, sendo inconcebível pensar em “Jesus sim, Igreja não”, pois “não podemos ter Jesus sem a realidade que Ele criou e na qual se comunica”. Por fim, os apóstolos são homens chamados por Cristo nas realidades em que viviam, pecadores, fracos, confusos, cansados, medrosos. Entretanto, foram homens capazes de se abrirem à graça de Deus, tornando-se disponíveis ao chamado de Cristo oferecendo à vida como testemunho autêntico da fé. O caráter apostólico da fé chega até nós hoje, de maneira ininterrupta, através da sucessão apostólica que encontramos nos bispos em comunhão com o Papa. Nesses dias em que vivemos a despedida do Papa Francisco, tivemos a oportunidade de perceber os sinais dessa sucessão e o valor que ela tem para a Igreja. Que a festa dos apóstolos que hoje celebramos inspire a nossa caminhada de discípulos missionários de Jesus Cristo, sendo sempre fiéis a Cristo na Igreja com os santos Apóstolos e seus legítimos sucessores.