Em Barretos, o rádio é mais que um aparelho, mais que um botão que se gira para buscar frequências. Ele é memória, companhia, história viva. A antiga Piratininga, que depois virou Independente, fez ecoar as primeiras vozes que ousaram romper o silêncio da cidade. A Rádio Barretos, tão marcante, reinventou-se e hoje atende pelo nome Jovem Pan Barretos. A Rádio Jornal, firme e resistente, segue mantendo seu espaço, e tantas outras comunitárias também deram voz aos bairros, às pessoas comuns, às histórias do dia a dia.

No começo, eram ondas médias, o famoso AM. Quem nunca procurou o chiado da sintonia, tentando “pegar” a voz do locutor? Depois, o tempo trouxe o FM, limpando o som, mas sem apagar a alma do rádio.

Porque rádio em Barretos sempre foi muito mais do que entretenimento. Foi e continua sendo serviço público: as notícias que chegam antes de virar manchete, o esporte que move paixões – o Barretos Esporte Clube, o Varzeano, que tanto povoou nossas manhãs e tardes –, a cobertura dos grandes eventos, como a Festa do Peão, que leva o nome da cidade para o mundo.

E como esquecer os programas culturais, as vozes que se tornaram personagens de família? Quem não sente saudade de ouvir de novo o inesquecível “Ripa na chulipa e pimba na gorduchinha”? Quem não sorri ao lembrar do Fubica e da Nhá Maruca, que nos faziam rir e sonhar? E a Reportagem que não para – e não para mesmo. Quem nunca, depois de uma eleição, sintonizou na “Marcha da apuração”?

E o Radialistas se foram, mas deixaram saudade. Outros permanecem, vibrantes, com o mesmo compromisso de informar, emocionar e aproximar.

Rádio, afinal, não é só um transmissor de ondas sonoras. Ele é vida. Ele é a ponte entre a realidade e o imaginário, entre a cidade e o coração de cada ouvinte.
E em Barretos, essa ponte nunca deixou de existir. O dia do rádio é todo dia!