Sarau no Museu
O Diário - 30 de setembro de 2025
                  KARLA ARMANI MEDEIROS, historiadora e cadeira 7 da ABC - @profkarlaarmani
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Na manhã fresca e agradável do último domingo, dia 28, o salão do Museu “Ruy Menezes” tornou-se palco da primeira edição do “Sarau no Museu”. A casa estava cheia e as enormes janelas deixavam o vento circular levemente, na mesma medida que levavam os aplausos para fora. Eram os ecos da História. O museu estava preenchido.
O Sarau no Museu foi uma iniciativa da parceria entre a Academia Barretense de Cultura e a Bravíssimo Cultura e Eventos. A ideia nasceu da dra. Fernanda Vazquez, juíza de direito e diretora do fórum da nossa comarca, que convidou a autora dessas linhas e o maestro Franco Piérre para juntos darmos forma ao sarau. Assim, a ideia era apresentar um sarau à comunidade que homenageasse a história de Barretos por meio da poesia, literatura e música de alguns de seus personagens, no caso, patronos da ABC.
Como historiadora e curadora, selecionei oito patronos e suas obras, fiz os roteiros e os apresentei ao público em curtas crônicas. As obras literárias selecionadas abrangiam um repertório diverso, do século XIX ao XX, sendo homenageados: Silvestre de Lima, Jorge Andrade, Osório Rocha, Aymoré do Brasil, Marcello Tupynambá, Nidoval Reis, José Dias Leme e Bezerrinha. Ao maestro Franco Piérre coube a direção musical, seleção das obras, estudos de partituras e a regência dos coralistas da Bravíssimo, além de seu olhar artístico. É importante registrar que a canção “Tristeza de Caboclo”, de 1918, composta por Marcello Tupynambá, foi apresentada em Barretos pela primeira vez, pelas mãos e desenvoltura do pianista Gustavo Manfrim. As declamações de poesias e leituras foram graciosamente feitas por acadêmicos e convidados vivamente aplaudidos.
Contando com a presença de ativistas culturais e autoridades dos três poderes, o sarau se desdobrou em um verdadeiro movimento cultural. Afinal, estendendo-se a futuras edições, esse movimento tem a nobre missão de trazer a comunidade ao Museu Ruy Menezes – que tanto precisa de carinho e de reforma – e produzir cultura de dentro do museu para fora. Ecoar. É mais que uma união entre pessoas ou entre passado, presente e futuro, é o uso permissivo do gerúndio: é a história acontecendo.



