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Secretário do MAPA apresenta novo plano nacional para a borracha

Sandra Moreno - 23 de julho de 2025

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Ato aconteceu durante palestra na Coopercitrus Expo 2025 que acontece em Bebedouro

Durante o ciclo de palestras da 26ª edição da Coopercitrus Expo 2025, realizada em Bebedouro, o secretário de Política Agrícola do Ministério de Agricultura, Pecuária  e Meio Ambiente, Guilherme Campos Júnior, falou a produtores, agricultores e representantes da cadeia do agronegócio sobre os desafios e perspectivas para o setor. Em sua fala, destacou os pontos principais do Plano Safra 2025/2026, lançado pelo governo federal, e abordou diretamente a preocupação crescente dos produtores de borracha no país.

“O Plano Safra deste ano enfrentou grandes desafios. Os principais foram o custo elevado do crédito, com uma taxa básica de 15%, e a dificuldade de subvenção pelo Tesouro Nacional. Mesmo assim, conseguimos colocá-lo de pé, em tempo hábil para que o agricultor plante, colha e pague. É o terceiro ano consecutivo de plano recorde”, ressaltou o secretário. Com recursos que somam mais de R$ 605 bilhões, o plano tem foco em crédito, sustentabilidade e modernização, dividindo-se entre R$ 516,2 bilhões para agricultura empresarial e R$ 89 bilhões para a agricultura familiar.

BORRACHA

Mas foi a heveicultura – produção de borracha natural – que dominou a atenção do público. Atualmente, São Paulo lidera a produção nacional com mais de 68% do volume do país, segundo o IBGE. No entanto, os produtores enfrentam dificuldades diante da concorrência de produtos importados, principalmente do mercado asiático, que chegam com preços mais baixos e sob condições não isonômicas às exigidas no Brasil. “A borracha é uma atividade essencial. O Brasil ainda importa látex e pneus com valores desproporcionais aos custos internos. Estamos trabalhando para criar uma política que dê condições reais de competitividade ao produtor nacional”, afirmou Campos Júnior.

O secretário anunciou que está em fase final a minuta do decreto que institui a Política Nacional de Fomento da Borracha Natural Brasileira, articulada entre diversos ministérios e coordenada pelo MAPA. O texto prevê medidas como incentivo ao crédito, fixação de preços mínimos, estímulo a novos plantios, capacitação de produtores e proteção contra práticas desleais de comércio internacional. “A minuta está sendo finalizada. Estamos aguardando apenas as últimas aprovações dos ministérios envolvidos. A expectativa é concluir esse processo até o fim do mês. Estou otimista”, completou.

Principais pontos da minuta:

*Autossuficiência e redução de importações: O plano visa reduzir a dependência do mercado externo e ampliar a produção nacional para atender a demanda interna de látex e derivados.

*Fixação de preços mínimos: A política prevê a criação de instrumentos de garantia de preços mínimos e subvenção ao produto nacional, dando maior segurança ao produtor.

*Incentivo ao crédito e seguro rural: Os produtores terão acesso facilitado a políticas de crédito agrícola, seguro rural e programas de fomento específicos para a heveicultura.

*Sustentabilidade e carbono: Um dos pilares da proposta é a valorização ambiental da atividade, com destaque para práticas de manejo sustentável e acesso ao mercado de carbono.

*Fomento à inovação e capacitação: Estímulo à pesquisa, à adoção de novas tecnologias e à capacitação técnica dos heveicultores estão entre os objetivos estratégicos da nova política.

*Criação da Comissão Nacional de Governança: O decreto prevê a instalação de uma comissão consultiva com representantes do governo e do setor produtivo para monitorar a implementação do plano e propor ajustes periódicos.

A proposta também contempla a criação do programa “Borracha+Verde”, com metas de longo prazo até 2050 e revisões periódicas, consolidando uma agenda sustentável e de desenvolvimento para o setor.