Por Pe. Matheus Francisco, Vigário São João Batista, Olímpia-SP

A Igreja é mais do que uma instituição ou uma organização. É um corpo vivo, composto por pessoas que compartilham a mesma fé e a mesma missão de seguir a Jesus Cristo. Ser Igreja é uma chamada à comunhão e ao serviço, é um convite a se unir a outros para construir o Reino de Deus na terra. A Igreja é o corpo de Cristo, e como tal, é chamada a refletir a vida e o amor de Jesus. Isso significa que a Igreja deve ser um lugar de acolhimento, de misericórdia e de amor incondicional. É um espaço onde as pessoas podem encontrar conforto, apoio e orientação espiritual. A constituição dogmática Lumen Gentium (LG n.6) sobre a Igreja, ela “é a agricultura ou o campo de Deus (1 Cor. 3,9). Nesse campo cresce a oliveira antiga de que os patriarcas foram a raiz santa e na qual se realizou e realizará a reconciliação de judeus e gentios (Rom. 11, 13-26). Ela foi plantada pelo celeste agricultor como uma vinha eleita (Mt. 21, 33-43 par.; Is. 5,1 ss.). A verdadeira videira é Cristo que dá vida e fecundidade aos sarmentos, isto é, a nós que pela Igreja permanecemos n'Ele, sem o qual nada podemos fazer (Jo. 15, 1-5). A importância de ser Igreja está na oportunidade de contribuir com nossa vida e ações, a ser um evangelho vivo onde outros podem encontrar o agir de Deus no mundo de hoje. A Igreja também é uma instituição que nos oferece a oportunidade de crescer em nossa fé e conhecimento de Deus. Através da sua liturgia, da oração e da reflexão sobre a Palavra de Deus, podemos aprofundar nossa compreensão da fé e desenvolver uma relação mais pessoal com o Criador. No entanto, ser Igreja não é apenas sobre frequentar missas ou realizar rituais. É o viver a fé de maneira autêntica e comprometida diante do Batismo assumido. É sobre se comprometer a seguir os ensinamentos de Jesus e a trabalhar para construir o Reino de Deus na terra, fazendo valer seu ensinamento máximo o amando sobre todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmos. “Todos os membros se devem conformar com Ele, até que Cristo se forme neles (cfr. Gál. 4,19). Por isso, somos assumidos nos mistérios da Sua vida, configurados com Ele, com Ele mortos e ressuscitados, até que reinemos com Ele (cfr. Fil. 3,21; 2 Tim. 2,11; Ef. 2,6; Col. 2,12; etc.). Ainda peregrinos na terra, seguindo as Suas pegadas na tribulação e na perseguição, associamo-nos nos seus sofrimentos como o corpo à cabeça, sofrendo com Ele, para com Ele sermos glorificados (cfr. Rom. 8,17)”, afirma a LG (n. 7). A Igreja é uma comunidade que nos desafia a ser mais do que somos, a ser agentes de mudança e transformação no mundo, por Cristo, com Cristo e em Cristo. A Igreja é um presente precioso que nos foi dado por Deus, e é nossa responsabilidade cuidar dela e fazer com que ela seja um lugar de encontro com o divino.

GOTAS DE SERENIDADE

“A virgindade e o matrimônio são – e devem ser – modalidades diferentes de amar, porque o homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si próprio um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido, se não lhe for revelado o amor”.
Papa Francisco, “Amoris Laetitia” sobre o amor na família, n. 161.