Esqueci minha senha
Sermos templos vivos do senhor

Diocese de Barretos - 18 de novembro de 2025

Sermos templos vivos do senhor

Sermos templos vivos do senhor

Compartilhar


Por Pe. Matheus Silva, Vigário São João Batista, Olímpia-SP

A celebração da dedicação das Basílicas dos Santos Pedro e Paulo cuja memória hoje celebramos, nos convida a elevar o olhar para além das grandes estruturas de pedra, ricamente ornamentadas, e voltar-nos para o mistério mais profundo que nelas se revela: Deus habita no meio do seu povo. As basílicas são sinais visíveis da fé que atravessou séculos, testemunhos silenciosos da entrega dos apóstolos e lugares onde a Igreja se reúne, reza e se fortalece. No entanto, ao contemplarmos essas edificações sagradas, somos chamados a recordar que a obra mais preciosa que Deus deseja construir é o próprio coração humano. Cada um de nós é chamado, pela graça do Batismo, a tornar-se um templo vivo, capaz de acolher, guardar e irradiar a presença de Cristo. Ser templo vivo do Senhor não é uma metáfora poética, mas uma verdade espiritual profunda. O apóstolo Paulo recorda que “o Espírito de Deus habita em vós”. Somos, portanto, morada de Deus, espaço sagrado onde Ele deseja repousar e agir. E isso muda tudo: não somos apenas criaturas que buscam a Deus; somos criaturas visitadas por Ele. Assim como a basílica de São Pedro e a de São Paulo guardam a memória da fé apostólica, nós somos chamados a guardar, no íntimo da alma, a memória viva da ação de Deus, permitindo que Sua luz ilumine nossas escolhas, purifique nossas intenções e conduza nossos passos. Contudo, para que o templo interior permaneça firme, é preciso cuidar da alma com zelo, como se cuida de um santuário. Uma basílica não se sustenta sem alicerces fortes; também nossa vida espiritual não se sustenta sem oração, sem conversão diária, sem o esforço de viver segundo o Evangelho. Há, dentro de nós, áreas que precisam de restauração, paredes que racham com as provações, portas que se fecham por medo, poeiras que se acumulam pela rotina e pelo cansaço. Ser templo vivo é permitir que Deus entre nesses espaços e faça a obra que somente Ele pode fazer: renovar, curar, reconstruir, consagrar novamente. Hoje, ao celebrarmos essas dedicatórias tão significativas, somos convidados a renovar nossa própria dedicação pessoal. Que cada um de nós ofereça a Deus sua vida como um altar, permitindo que Ele a transforme e a utilize. Que sejamos templos vivos que anunciam, pela simplicidade dos gestos e pela fidelidade cotidiana, que o Senhor permanece entre nós. E que, assim como Pedro e Paulo, nossa existência também se torne uma basílica espiritual onde Cristo seja sempre amado, adorado e revelado ao mundo.!