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Sinfonia da natureza em Barretos

O Diário - 25 de janeiro de 2024

Sinfonia da natureza em Barretos

Marcelo Murta

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Rio de águas cristalinas lambendo a relva das margens. Carrega o azul marinho do céu no manto, nas costas de lâmina espelhada. Toca as pedras que contorna criando o som de tigelas tibetanas. O vento provoca a harmonia dissonante ao atritar as árvores. Coral de diferentes cantares de espécies de pássaros dão o tom da harmonia. Répteis rastejam em folhas secas. Imitando melodia de instrumentos suaves de percussão. Relâmpagos pontuam acordes de baixos e violoncelos. Velha porteira aberta ao léu range como o conjunto de violinos. Mugido de gado no pasto reproduz trompas e trompetes. Roda de carro de boi imita o oboé. Sino da pequena capela badala semelhante aos pratos. A poeira seca do estradão dança em redemoinhos. Corpo de Baile caipira. Toque de berrante pontuando movimentos harmônicos. O sol ilumina com efeitos especiais o palco natural no entardecer. Led multicolorido no telão do horizonte. A Orquestra promove diariamente a mais perfeita viagem musical. Ópera da Fazenda. Cantatas da vegetação. Cânticos beneditinos de andorinhas no alvorecer. Releitura dos geniais compositores clássicos. Filarmônica da mata fechada. Músicos e compositores brotando nos campos do interior. Zumbido de abelha quebrando o silêncio antes do início do espetáculo. Luzes da ribalta acendendo vagalumes. Abrem-se as cortinas de palha de coqueiro. Apoio de roldana de cipó verde. Assoalho do palco de madeira Cumaru. Pilares de mogno para sustentar o cenário. Na plateia, o povo da floresta se mistura com formadores de opinião, e celebridades urbanas e rurais. Regência sob a batuta de Deus. Mestre Jesus no primeiro violino. “A música é a expressão da alma”. Abraços Cavalares.