Você não sabe, mas quando eu era jovem, o discurso dos professores nas escolas era sobre o nosso futuro promissor. Sobre como estávamos nos preparando para exercer a cidadania e mudar o nosso país para melhor. Aprendemos, por exemplo, sobre como o CO2 causava o efeito estufa e que precisaríamos aprofundar nossa defesa das florestas. Nas aulas sobre República Velha e coronelismo, vimos como existia muita violência política no Brasil do passado, mas "hoje" havia menos violência e os candidatos se enfrentavam no campo do debate. No entanto, era preciso melhorar ainda mais a nossa democracia. Esse era o clima em relação a quase tudo.

Atualmente, este discurso sobre o nosso futuro promissor parece ter abandonado as salas de aula. Vivemos um clima de retrocesso, embalado pela atual ofensiva contra a floresta e os povos tradicionais que a preservam. A destruição do meio ambiente pode ser verificada desde a imposição da reforma no Código Florestal em 2012, e se aprofunda atualmente diante dos recordes de queimadas, conivência com grileiros, madeireiros e exploradores ilegais de minérios em terras indígenas, até a recente aprovação do "Pacote do Veneno". Já a nossa democracia parece estar sendo desestruturada paulatinamente, de dentro para fora, acompanhando movimentos análogos ao redor do mundo. Essa desestruturação pode ser verificada nas vozes e ações que tentam deslegitimar as instituições e o processo eleitoral, nas incitações a violência entre adversários políticos, na instrumentalização de um perigoso fundamentalismo religioso, na utilização das "fake news" como estratégia eleitoral, dentre outras práticas nocivas ao pacto republicano.

É por tudo isso e muito mais, que nós devemos nos unir nestas eleições. Jovens do início dos anos 2000 e jovens de hoje! Vamos barrar o retrocesso e voltar a acreditar que podemos melhorar cada vez mais! Se você tem entre 15 e 18 anos e ainda não tem o seu título de eleitor, acesse o site do TSE e nos ajude neste combate pela democracia e pelo direito ao nosso futuro!