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Soroterapia: Entre os Limites da Necessidade e os Riscos do Excesso

O Diário - 21 de outubro de 2025

Soroterapia: Entre os Limites da Necessidade e os Riscos do Excesso

Ana Clara Nacamura Orlando, estudante do 6º período do curso de medicina da FACISB, orientada pelo prof. João Luiz Brisotti

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A soroterapia tornou-se a opção de quem busca suplementar vitaminas no organismo com mais rapidez e eficiência. Popularizada por muitos como “soro da imunidade” ou “soro da disposição e do ânimo”, a soroterapia para reposição de vitaminas foi amplamente divulgada para toda a população como um meio para melhorar a disposição e cansaço, porém, sem exames específicos que comprovem a deficiência dessas vitaminas, muitas pessoas acabam desenvolvendo o quadro de hipervitaminose, uma condição em que o organismo acumula vitaminas em níveis muito acima do necessário provocando uma toxicidade de forma silenciosa inicialmente, e que causa lesões graves em órgãos vitais posteriormente. Uma das vitaminas presentes no “soro da disposição”, que causa consequências graves se suplementada sem necessidade é a vitamina D. Os sintomas do excesso de vitamina D estão relacionados diretamente aos efeitos do aumento de cálcio, pois essa vitamina aumenta a absorção de cálcio, apresentando sintomas de confusão mental, vômitos, constipação, desidratação, pressão alta e complicações renais como pedra nos rins, depósito de cálcio ou insuficiência renal. Outra vitamina muito conhecida é a vitamina C, responsável pela produção de colágeno, fundamental para formação e manutenção de dentes e ossos. Muito procurada por quem acredita que previne gripes e resfriados, mas isso não é comprovado. Além disso, o uso excessivo pode ser prejudicial e aumentar o risco de formação de pedras nos rins, além dos sintomas intestinais como diarreia, azia e dores abdominais. Quando indicadas por resultados de exames apontando carências de vitaminas específicas, essas estão recomendadas à administração, por via oral, através dos alimentos, como acerola, kiwi, morango, laranja, brócolis, alguns tipos de peixes, fígado e laticínios. A suplementação

por cápsulas está indicada nos casos em que a absorção pelos alimentos não é suficiente

e por via injetável somente quando houver problemas digestivos que dificultem a

absorção. Portanto, deve-se manter a comunicação clara entre médico e paciente sobre

as indicações de suplementação vitamínica, e os riscos associados de seu uso excessivo.