Os nomes podem ser diversos: soro para imunidade, para estresse, para beleza e até para depressão, muitas vezes, eles vêm ao lado de expressões em inglês (para “gourmetizar”, deixar mais “chique”) – pool de vitaminas, blend de aminoácidos e por aí vai. A chamada soroterapia virou febre. O problema é que a tendência cresce entre quem não tem necessidade desses nutrientes – e provavelmente nem vai aproveitá-los, e sorte se não prejudicar a saúde. 

As principais entidades médicas da área já se posicionaram de maneira contrária ao uso e já consideram certas práticas como charlatanismo, visto que tal prescrição é considerada irregular, sem nenhuma base científica e antiética por prometer resultados curativos ou de qualquer espécie.

Deve ser ressaltado que, de acordo com a ASBRAN, os medicamentos e nutrientes injetáveis endovenosos podem ser muito úteis em casos específicos de prescrição para reposição em pacientes com deficiências, mas não com a finalidade de cunho estético. A reposição de vitaminas e minerais endovenosa deve ser realizada apenas quando o paciente não responde à reposição oral e é um procedimento amplamente aplicado em pacientes crônicos portadores de má absorção intestinal.

A menos que exista uma razão médica diagnosticada para receber infusão desses micronutrientes, é sempre melhor obter vitaminas e minerais através dos alimentos e, quando for necessário, através de suplementos por via oral. Lembrando que a deficiência de vitaminas e minerais causa sintomas e é sempre importante lembrar que existe a hipervitaminose, uma condição causada pelo excesso de vitaminas no corpo.

A mesma recomendação vale para os polivitamínicos/multivitamínicos, pois as vitaminas e os minerais dos multivitamínicos têm a absorção comprometida, interagem entre si e o nosso organismo não consegue absorver tudo. Além disso, muitos suplementos têm valores extremamente altos de vitaminas por dose e já foi comprovado que o excesso de algumas pode ser mais maléfico que a sua deficiência.

É importante destacar que é possível conseguir todos os nutrientes com alimentação e que não há necessidade de suplementação quando a pessoa tem uma alimentação saudável, com bons hábitos e escolhe alimentos que não são ultraprocessados. Então para que ocorra a prescrição de alguma vitamina ou mineral, é necessária a avalição clínica e laboratorial para embasar essa indicação. Então lembre-se:

A maioria das vitaminas é atingida facilmente com a alimentação, não se fazendo necessário o uso sintético. Por isso, DESCASQUE MAIS e DESEMBALE MENOS!

Denise Garcia Muniz - @denisegarcianutri

CRN-3/ 40793 - Nutricionista (UFTM)

Mestra em Alimentos, Nutrição e Saúde (UNIFESP)

Especialista em Nutrição, Metabolismo e Fisiologia do Exercício Físico (USP)

Especialista em Nutrição e Fitoterapia (GANEP)