Sujeito Determinado
O Diário - 17 de julho de 2025

Prof. Luciano Borges é Doutor em Letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, na área dos estudos discursivos e textuais – literatura, artes e mídias digitais
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Simples, composto e oculto
A clareza gramatical de um texto começa, muitas vezes, pela correta identificação do sujeito da oração. Em um idioma como o português, que exige concordância verbal e articulação sintática precisa, é importante reconhecer os tipos de sujeito determinado – simples, composto e oculto. Por um lado, compreender a distinção entre sujeito simples e composto é decisivo para a manutenção da correção gramatical, especialmente quanto à flexão verbal. Por outro lado, saber empregar o sujeito oculto com propriedade permite àquele que escreve eliminar repetições desnecessárias, favorecendo a coesão sem comprometer o sentido.
O reconhecimento do sujeito simples e do sujeito composto é de suma importância para garantir a correção da concordância verbal e a clareza na construção sintática. Na frase “A diretora aprovou o projeto”, o sujeito – simples – apresenta um único núcleo, facilitando a relação direta com o verbo. Por sua vez, em “A professora e os alunos organizaram o seminário”, o sujeito composto exige que o verbo se flexione no plural, respeitando a presença de dois núcleos coordenados. Tais casos demonstram que o domínio técnico dessas estruturas é fundamental para a escrita formal.
Já a utilização adequada do sujeito oculto favorece o domínio da progressão referencial. Por exemplo, as frases “Realizamos a pesquisa na segunda-feira.” e “Trabalhei durante toda a semana.”; em ambos os casos, o sujeito permanece identificado pelo contexto e pela flexão verbal, ou seja, sem aparecer explicitamente. Essa omissão controlada exige sensibilidade linguística: trata-se de saber ocultar com precisão aquilo que já foi dito, sem deixar o leitor no escuro. Até porque, em linguagem, saber quando falar e quando calar é como controlar a respiração num discurso: até o silêncio precisa ter propósito para sustentar o sentido.
Prof. Luciano Borges é Doutor em Letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, na área dos estudos discursivos e textuais – literatura, artes e mídias digitais