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Tecnologia que protege ciclistas

O Diário - 6 de julho de 2025

Tecnologia que protege ciclistas

Carlos D. Crepaldi Junior. Advogado especialista em Gestão e Direito de TrânsitoEx-Conselheiro do CETRAN-SP . Diretor da ABATRAN

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Quando se fala em segurança no trânsito, os holofotes quase sempre se voltam para motoristas e pedestres. Pouco se fala sobre quem pedala. O ciclista é visto por muitos como um intruso nas ruas, um obstáculo no caminho, e não como um condutor legítimo de veículo. Em um país onde a infraestrutura para bicicletas é escassa e mal planejada, o ciclista é frequentemente lançado à própria sorte, navegando entre carros e ônibus como quem atravessa um campo minado sobre duas rodas.

Segundo a Confederação Nacional do Transporte, mais de 13 mil ciclistas morreram no Brasil entre 2011 e 2022. Só em 2022 foram 1.242 mortes. Chama atenção o fato de 64% dos sinistros terem ocorrido em vias urbanas, ou seja, onde todos deveriam conviver.

Pensando nisso, a tecnologia tem avançado para oferecer mais segurança. Um exemplo são os retrovisores com radar embutido. Eles detectam a aproximação de veículos por trás e alertam o ciclista com sinais sonoros ou visuais, tecnologia crucial para evitar colisões.

Outro equipamento é o HUD, um visor que projeta informações diretamente no campo de visão do ciclista, como velocidade, direção e rotas de GPS. Assim, os olhos se mantêm na via o tempo todo, sem precisar checar o celular ou o painel da bike.

Enquanto essas tecnologias são pouco acessíveis e o básico, como garantir espaço seguro para o ciclista, continua ignorado pelo poder público, sobra para o ciclista a missão de sobreviver em meio ao caos. E é justamente nesse cenário que o respeito precisa falar mais alto que a pressa. O trânsito não pode ser uma disputa de força, mas um espaço de convivência, onde empatia deve valer mais do que potência e buzina.