Tereza de Benguela e outras mulheres
O Diário - 25 de julho de 2025

Ana Paula Febatis, Historiadora e Coordenadora da Casa da Mulher Paulista
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O mundo está mudando e uma das maiores habilidades que podemos desenvolver, é a capacidade de adaptação pessoal às novas condições complexas em um contexto de mundo, constantemente ativo. A meta da empatia e governança, precisa ser individual e coletiva, pois na coletividade, há participação, reconhecimento, pertencimento e acesso a novas reflexões e as contribuições terão mais qualidade, construindo boas conexões. E a coletividade e a conexão entre mulheres que se reconhecem, frente as suas demandas, criaram um caminho emancipatório de diálogo intercultural global, que consiste na capacidade de articular com perfis diversos, mas de semelhanças culturais, étnicas, internacionais, geracionais e de gênero. Esse encontro se originou, o Dia Internacional da Mulher Negra latino-americana e Caribenha, comemorado no dia 25 de julho do ano de 1992 quando, em Santo Domingo, República Dominicana, realizou-se o 1º encontro de Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas. O encontro, além de propor a união entre essas mulheres, também visava denunciar o racismo e machismo enfrentados por mulheres negras, não só nas Américas, mas também ao redor do mundo. Essa importante reunião conseguiu que a ONU, no mesmo ano, reconhecesse o dia 25 de julho como Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. No Brasil, pela Lei 12.987/2014, ficou definido, também no dia 25 de julho, o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, que mantém os mesmos princípios da data internacional, e acrescenta o propósito de dar visibilidade para o papel da mulher negra na história brasileira, através da figura de Tereza de Benguela, ela foi a líder do Quilombo Quariterê, localizado na fronteira do Mato Grosso com a Bolívia, e, por 20 anos, liderou a resistência contra o governo e coordenou as atividades econômicas e políticas do Quilombo. A rainha quilombola é um exemplo da importância da mulher negra em nossa história e configura reconhecimento do papel da mulher negra na história do país e na atualidade social.