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Teseu

luciano-borges - 23 de junho de 2022

Teseu

Luciano Borges é Doutor em Letras pela Universidade Mackenzie, na área dos estudos discursivos e textuais – literatura, artes e mídias digitais

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E o Mar Egeu

O mito de Teseu conta as façanhas do herói que matou o Minotauro. A sua jornada tem início após tomar para si uma espada e calçar sandálias especiais. De posse desses símbolos incontestes de sua natureza, ele parte para a cidade de Atenas com a firme intenção de ser reconhecido por um pai que não o viu crescer: o rei Egeu. 

Quando se apresenta ao envelhecido rei, Teseu é logo reconhecido como príncipe de Atenas. Infelizmente, ele chega em um momento de crise, pois a poderosa Creta exige que sacrifícios humanos sejam levados ao Minotauro. Almejando evitar a guerra, o herói prontamente se voluntaria e parte para o reino de Minos em um barco com velas pretas, prometendo a Egeu trocá-las por lonas brancas como evidente aviso de que regressava com vida da aventura.

Como determinado pelas moiras, Teseu enfrenta o Minotauro e o mata no centro do labirinto. Se por um lado, ninguém o auxilia na batalha contra o monstro, por outro, o herói teve ajuda para sair daquele dédalo. Um novelo, foi o necessário auxílio dado ao semideus pela filha amada do rei de Creta, para que ele escapasse do labirinto após a morte do touro de Minos.

No enlevo da vitória, Teseu ao retornar para Atenas esquece de trocar a cor das velas do navio. Seu pai, que todos os dias ficava observando o mar do alto de um penhasco, quando vê que o aguardado barco se aproxima da costa trazendo no mastro a mesma vela da partida, imediatamente, conclui que Teseu estava morto. Sucumbindo a dor, atira-se para a morte nas águas gélidas do mar abaixo dele. O mar que hoje leva o seu nome: Egeu.

Segundo o mito exemplar de Teseu, sentir medo de seres ou situações anómalas é ordinário, mas o herói sempre vai se destacar do homem medíocre quando pela ação encara toda sorte de provas, não sem ajuda, tampouco descalço ou despido de armas. Tudo isso, claro, sem deixar de cumprir, por esquecimento, a menor das promessas.