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Um dia, luto e no outro luta!

O Diário - 13 de maio de 2025

Um dia, luto e no outro luta!

Ana Paula Febatis, Pedagoga antirracista, Historiadora e Ativista Social Decolonial

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Penso que “todos os dias, são de lutas e lutos”. E aprendemos que as mudanças, são feitas de pequenas perdas, ganhos, derrotas, vitórias, partidas e chegadas, despedidas e nascimentos. As nossas trajetórias, se fazem compartilhadas com outras. Não fomos feitos para sermos sós, mas fazer parte de outras vidas. Compartilhar as dores, pode ser necessário para fortalecer a autoestima, projetar os sonhos, compartilhar amor, renovar esperanças, provocar mudanças, transformar o suor em sal que tempera a vida. Somos milhões de pessoas, que precisam desacelerar. A vida tem ciclos: de escutar, emocionar, conectar com o passado, rever conceitos, religar laços, desatar nós, deixar ir, pedir para ficar, pedir respeito, e de respeitar, falar ou silenciar. E esses ciclos precisam nos ensinar algo, e vai ter essa sequência: sempre tem uma prova, que traz a experiência, para nos ensinar uma lição. Atualmente, ocorre o inverso no lugar de ensinar: a escola. E por isso, temos tantas pessoas com dificuldade de enfrentar a vida, os seus problemas, e principalmente, encontrar as soluções. Pois a escola onde muitos indivíduos, passa a maior parte de seu tempo, se tornou uma dicotomia, inverteu o ato de ensinar: traz a lição, você decora, reproduz na prova, confere a sua nota e receba a recompensa (e muitas vezes, não identificam ela). Muitos profissionais da Educação, ainda ousam e trazem a experiência, o lúdico, promovem atividades diferenciadas, recorrem a família, incentivam o pensamento crítico, a capacidade de tomar decisão (autonomia), e de colocar a decisão em prática (independência). E dar autonomia e independência, precisa ocorrer a autoresponsabilidade, observar as diferenças, conhecer as diversas formas de ser, desapegar das velhas fórmulas, instruções e reavaliar o contexto atual, alinhar com os valores e ser exemplo. Não adianta, propagar o enredo da democracia e do direito, se na prática, acaba por retirar a tentativa de acerto e erro do sujeito, impor regras e padronizar o espelho, para ser tudo do mesmo jeito. E ainda dá tempo, de ensinar as gerações, que a beleza da humanidade é a diversidade, seja na básica ou universidade, sempre dos professores, será a didática.