As disparidades em relação à saúde bucal que atingem a população brasileira ainda é uma triste realidade. Infelizmente o Brasil ainda apresenta profundas desigualdades no que tange o acesso à saúde, sobretudo a bucal. Embora o país tenha em seu portfólio um belo programa de assistência à saúde bucal - o Brasil Sorridente, ainda há muito o que se fazer, sobretudo nas cidades menos favorecidas e que estão localizadas nas mais longínquas distâncias das grandes metrópoles.

O atendimento odontológico reprimido tem sido associado a consequências adversas, sobretudo no público infantojuvenil. As condições precárias de higiene bucal associadas aos fatores sociais, políticos e econômicos, resultam em dor e sequelas para uma vida toda. Muitas vezes, provém de execuções mal elaboradas em que se omitiu ou falhou em alguma etapa da complexa rede de apoio, que se inicia na promoção e finaliza no tratamento das doenças bucais. Temidas e mais prevalentes, as lesões cariosas associadas às doenças periodontais, quando não tratadas adequadamente, podem acarretar alterações sistêmicas graves, além de comprometer a função e os aspectos emocionais que vão desde a baixa autoestima até a falta de interação social.

Neste ano teremos a oportunidade mais uma vez de praticarmos a cidadania votando ou sendo votado. Deste modo há de se valorizar a saúde em seus mínimos detalhes. O nosso próprio Sistema Único de Saúde (SUS), sustentado pela Carta Magna, recomenda por meio de seus dispositivos legais o devido cumprimento da integralidade, equidade e universalidade da assistência à população brasileira. O cenário atual sugere esforços na criação de políticas públicas de saúde bucal mais eficazes, que incluam intervenções amplas e de longo alcance.