A realidade enfrentada por quem depende da Farmácia de Alto Custo em Barretos exige uma resposta urgente do poder público. No último dia 30 de setembro, mais de 500 pessoas procuraram a unidade, que funciona anexa à Secretaria Municipal de Saúde, enfrentando filas e esperas que chegaram a quatro horas.

O vídeo de uma cidadã barretense, usuária do serviço, publicado nas redes sociais de O Diário, revelou o drama vivido por muitos pacientes, especialmente idosos, que aguardam por medicamentos essenciais em condições muitas vezes frágeis de saúde. O relato evidencia não apenas a superlotação, mas o impacto direto da desorganização no atendimento.

O número elevado de pessoas no local, segundo a própria Secretaria, se deve em parte ao costume de muitos usuários deixarem a retirada dos medicamentos para o último dia do mês, desrespeitando o agendamento prévio. Essa prática precisa ser repensada, e a conscientização dos usuários é fundamental.

No entanto, o maior peso da responsabilidade recai sobre o poder público. É inaceitável que a distribuição de senhas para retirada dos medicamentos ocorra apenas entre 7h30 e 11 horas, mesmo com a alta demanda.

A Farmácia de Alto Custo atende pacientes, em sua maioria, com doenças graves, crônicas e debilitantes. Submeter essas pessoas — muitas delas idosas — a horas de espera é desumano. A dor de quem precisa de remédio não pode ser aumentada pela falha no serviço.

É hora de agir. A população merece respeito. E o mínimo é ter acesso digno ao que lhe é de direito.