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Você conhece a escarlatina? 

O Diário - 2 de fevereiro de 2024

Você conhece a escarlatina? 

Izabela Parise, estudante do 8º período do curso de Medicina da FACISB, orientada pela profª Gisele Douradinho

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A escarlatina é uma doença infectocontagiosa aguda, provocada por uma bactéria Estreptococo beta hemolítico do grupo A, que costuma acometer crianças em idade escolar (entre os três e os dez anos, sendo que em períodos de surtos da doença esta faixa etária pode modificar), com pico de incidência durante o inverno e a primavera. A maioria das crianças que apresentam uma infecção de garganta por esta bactéria não desenvolve a doença, porém uma porcentagem dos acometidos são sensíveis as toxinas liberadas pela bactéria e podem desenvolver a Escarlatina. 

A transmissão ocorre por contato direto de pessoa para pessoa através de gotículas de saliva ou secreções infectadas provenientes de pessoas doentes. O tempo que decorre entre o contato com um indivíduo infectado e o aparecimento de sintomas é, em geral, de dois a quatro dias, podendo, no entanto, variar de um a sete dias.

Nas primeiras 24h a criança pode apresentar sintomas inespecíficos, como febre, dor de cabeça, dor de garganta, náuseas e vômitos. Então, após 48h é possível ver pus nas amígdalas e um exantema (erupção avermelhada) na pele, o qual se inicia em face e pescoço e “desce” ao longo do corpo e membros, ficando mais evidente nas áreas de flexura (atrás de cotovelos e joelhos), sendo bem característico por seu aspecto áspero ao toque. Além disso há também uma palidez ao redor da boca e a língua fica avermelhada (aspecto de framboesa, devido ao aumento das papilas). Após cerca de uma semana surge uma descamação fina da pele, que atinge mãos e pés de forma intensa.  

O diagnóstico na maioria das vezes é clínico atrás da história e do exame físico característico da doença, porém pode ser confirmado através da pesquisa do estreptococo em um esfregaço colhido por swab (cotonete próprio para uso laboratorial) da garganta. A confirmação da doença também pode ser feita após a cura através de exames de sangue (testes sorológicos).

O tratamento tem como objetivo a redução de duração dos sintomas, prevenir complicações, além de evitar a transmissão para outras pessoas (é recomendado ficar em isolamento por 24h após o início do tratamento). É essencial o uso de antibióticos, além de outros sintomáticos dependendo da necessidade, os quais devem sempre ser prescritos pelo médico.