O omeprazol é um dos fármacos mais utilizados no Brasil. Alguns fatores contribuem para que ele esteja na "caixinha de remédios" da maior parte das casas brasileiras, por exemplo, é um remédio de baixo custo, de fácil acesso e com poucos efeitos colaterais. Isso contribui para que muitas pessoas se automediquem com o omeprazol, sem quaisquer indicações médicas, fazendo uso prolongado. 

O omeprazol é um remédio que pertence a classe dos inibidores de bomba de prótons (IBP), assim como o pantoprazol, lansoprazol e rabeprazol. Essa bomba de prótons está localizada em células do estômago. Elas têm a função de produzir suco gástrico. Com isso, os IBP inibem a secreção ácida do estômago e são indicados pelos médicos para aliviar sintomas de desconforto gástrico, como sensação de queimação, regurgitação e dor no estômago. Sintomas que aparecem, por exemplo, na doença do refluxo, na gastrite e na úlcera do estômago. Porém, seu uso é frequentemente indiscriminado, muitos se automedicam quando sentem algum desconforto no estômago.

Porém, muitos estudos indicam que o uso crônico e indiscriminado dos IBP traz complicações para a saúde, sendo alguns exemplos citados a seguir: maior propensão de intoxicação, aumento das chances de fraturas ósseas espontâneas e alteração da flora intestinal. Por fim, é válido ressaltar que não há estudos que comprovem que os IBP causam câncer ou demência.  

Não há necessidade de desespero, caso você tenha esse remédio em casa. Se você faz uso do omeprazol por conta própria ou por indicação de algum conhecido, o ideal é procurar um médico, para que ele estabeleça um plano de ação, em que o uso terá um começo e fim. E se você faz o uso crônico, tenha em mente que para se livrar de uma gastrite, por exemplo, é indispensável a mudança de hábito, uma vez que o uso do omeprazol é por tempo limitado, mas a mudança de estilo de vida é para sempre.