Yoga como estratégia para regulação hormonal do estresse
O Diário - 3 de julho de 2025

Débora Mazzochi Banck, estudante do 3º período do curso de medicina da Facisb, orientada pela profª Vânia Soares de Oliveira e Almeida Pinto
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O cortisol é um hormônio esteróide produzido pelas glândulas suprarrenais, cuja liberação é ativada em resposta ao estresse físico ou emocional. Esse hormônio desempenha um papel essencial na resposta adaptativa ao estresse, promovendo a mobilização de energia, regulação da pressão arterial e modulação do sistema imunológico. Contudo, quando a exposição ao estresse se torna crônica, o indivíduo é submetido a níveis elevados de cortisol por períodos prolongados, condição conhecida como hipercortisolismo. Esse estado pode causar diversos efeitos adversos à saúde, incluindo ganho de peso, hipertensão arterial, distúrbios do sono, comprometimento da função imunológica e transtornos psiquiátricos relacionados à regulação de humor.
Um estudo realizado com policiais militares do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio Grande do Sul analisou como o estresse no ambiente de trabalho afeta os níveis de cortisol salivar. Os pesquisadores coletaram amostras de saliva em três momentos do dia: ao acordar, 30 minutos após acordar e à noite e os resultados mostraram que o nível de cortisol à noite estava significativamente associado à percepção de recompensa no trabalho, indicando que fatores como reconhecimento e satisfação profissional influenciam os níveis desse hormônio. Além disso, setores específicos, como o Grupo de Operações Táticas Especiais (GATE), apresentaram variações nos níveis de cortisol, sugerindo que as demandas e características de diferentes funções impactam na resposta ao estresse. Essas descobertas ressaltam a importância de estratégias para gerenciar o estresse ocupacional e promover a saúde física e mental dos profissionais.
A prática contínua de yoga, incluindo técnicas de exercícios respiratórios como o pranayama, tem demonstrado eficácia na redução dos níveis de cortisol, sendo uma técnica eficaz na correção de desequilíbrios devido ao seu efeito calmante no sistema nervoso autônomo. Houve um estudo envolvendo estudantes universitários que demonstrou que a prática regular de pranayama por três meses resultou em reduções significativas nos níveis de ansiedade, depressão e estresse, acompanhadas por uma diminuição nos níveis de cortisol sérico. Por isso conclui-se que a yoga e suas diversas vertentes se apresentam como uma ferramenta valiosa na regulação emocional e hormonal.